quinta-feira, 4 de maio de 2017

A tentação

Os deputados da Comissão de Inquerito à  Caixa Geral de Depósitos, vão finalmente receber toda a informação pedida a esta instituição, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e ao Banco de Portugal.
Pode compreender-se o objecto desta Comissão – que é o de avaliar a gestão do banco público desde o ano 2000 - porque se torna essencial perceber, ao pormenor,  como é que uma instituição bancária daquela dimensão conseguiu chegar ao estado que nós conhecemos.
E o que conhecemos é, basicamente, que a Caixa, não só recebeu várias ajudas como teve os seus de prejuízos levados ao Orçamento do Estado e ainda acabou a necessitar de uma recapitalização de mais de cinco mil milhões de euros. Esta é a face visível de um dos lados do problema.
Mas há outra face, não menos importante e não menos grave. E que decorre do facto do Parlamento ir receber um importante acervo de informação bancária, que se reveste de carácter extremamente sensível.
Se os deputados da CPI não tiverem todo o cuidado no manuseamento desses documentos e cederem à tentação de os usarem ou como forma de voyeurismo ou como arma de arremesso político, o país corre um enorme risco.
A tentação vai ser grande e os deputados têm nas suas mãos uma tarefa gigantesca. Oxalá tenham em vista que, mais do que nomes enxovalhados e julgados na praça publica, o que o país precisa de saber é se houve comportamentos criminosos. E que, em caso afirmativo, se enviem as respectivas conclusões aos orgão competentes e se aguarde a decisão da Justiça.

HSC

2 comentários:

Silenciosamente ouvindo... disse...


Concordo em absoluto consigo, mas temo...

Mas tem que se esperar para ver o comportamento

de todos os deputados dessa Comissão.

Os meus cordiais cumprimentos.

Irene Alves

João Almeida disse...

Cara Helena
Absolutamente de acordo... mas também temo! Os interesses partidários e/ou de lobbies irá sobrepor-se ao interesse nacional que será, neste caso, saber o que se passou na CGD e julgar, e castigar se for o caso, os responsáveis. Alguém andou a brincar com o nosso dinheiro, emprestando/dando a amigos e jogando com ele na economia de casino.
Melhores cumprimentos
João Almeida