quinta-feira, 16 de outubro de 2014

As segundas oportunidades


Nem todos têm segundas oportunidades na vida. Eu tive e, talvez por isso, lhes dê uma enorme importância. Mas também há quem as tenha e as não aproveite. E, muitas vezes isso acontece porque as pessoas não querem ou não são capazes de perceber o que se passa para além delas e do seu pequeno mundo.
Na verdade, é importante não esquecer que, para que essas novas oportunidades aconteçam, também se exige de cada um de nós um duplo esforço. O de acreditar e o de ficar atento. Será que, no frenesim em que vivemos, estaremos preparados para isso?


HSC

10 comentários:

Paula Ferrinho disse...

Pois, a verdade é essa, é que há tanta gente tão cheia de si própria, tão auto-vitimizada, que às vezes não vê as sucessivas oportunidades (2ªs, 3ªs, 4ªs....) a espreitarem à porta...
Complexo de causalidade externa? Ou, por outras palavras, "o mundo gira todo contra mim e eu sou um coitadinho (a)?"
É Helena, este tema diz-me muito, porque conheço tantos exemplos disto mesmo...
Um beijinho!

Anónimo disse...


Helena,
concordo com a ilustração, tema complexo...chamo a isto narcisismo, infelizmente é o existe mais.

"porque as pessoas não querem ou não são capazes de perceber o que se passa para além delas e do seu pequeno mundo"

Como sempre diz coisas muito interessantes...

A melhor maneira de começar uma amizade é com uma boa gargalhada. De terminar com ela, também.
Oscar Wilde

Bom fim de semana
Carla

Virginia disse...

Penso que só agarramos a segunda oportunidade quando as certezas são mais do que as dúvidas e ousamos arriscar. Depois atravessamos o deserto até assentarmos, mas vale a pena tentar. Nunca é a mesma coisa, vive-se mais para nós, mas é a nossa redenção!

Anónimo disse...

Eu costumo dizer que atrás de uma serra está outra. Por vezes muito mais fascinante :-) Bom fim de semana
Maria L

bea disse...

Não entendo Óscar Wilde, tenho muita dificuldade em aceitar fins e de amizades ainda pior. De certeza que não me rio nem fingindo. Mas cada um é ele.

Somos todos cheios de mundo. E nuns é menor, noutros maior. Por condicionalismos vários. Só quando as pessoas voluntariamente se fecham nelas mesmas podemos responsabilizar. Mas o melhor, ainda assim, é ajudar, dar mais mundo. Sendo possível.
Digo eu.

Deixo uma coisa de que gosto por me sentir perdulária de fim de semana e acreditar em oportunidades a vida toda. Que não são segundas por serem inúmeras. E a todo o momento. Não escolhemos só às vezes, mas sempre. O que quer que essa escolha signifique.

https://www.youtube.com/watch?v=WX3UiN60Vdg

Bolero de Ravel (final do filme Les Uns et Les Autres)

BFS

rmg disse...


Cara Drª Helena

Não me parece que isso tenha a ver com o frenesim em que vivemos, tem mais a ver com a natureza humana, sempre terá sido assim.

Por educação e feitio sempre soube que há combóios que só passam uma vez.
Tive a sorte e acho que também algum mérito (o risco, o famoso risco que poucos correm!) de os apanhar tanto na vida sentimental como na profissional.


Claro que também apanhei muitas automotoras erradas, mas as automotoras - como se sabe - são só para pequenos percursos sem grande importância (ainda que a vista seja boa).

RuiMG

Helena Sacadura Cabral disse...

Rui
De automotoras erradas anda o mundo cheio. E é com elas que aprendemos a subir para os comboios.
Mas quando quase tudo à nossa volta clama pelo imediatismo, pelas altíssimas velocidades, parece-me mais difícil ver a linha em que está o comboio que queremos apanhar...

Helena Sacadura Cabral disse...

Virgínia
Tem muita razão. Não é, de facto, a mesma coisa. Ainda bem, direi eu!

rmg disse...


Cara Drª Helena

Tem toda a razão.

Estava a ver as coisas do ponto de vista de alguma maturidade, não necessáriamente ligada à idade mas ao bom senso, tanto de quem escolhe como dos apoios que procura nos momentos de maior dúvida.

Mas são situações que reconheço serem cada vez menos frequentes, precisamente pelas razões que indica na sua tão saborosa imagem final.



Corvo disse...

Pois eu não lhe chamaria novas oportunidades e inclinar-me-ia mais para a persistência.
A minha avó, Deus a abençoe, senhora que não conhecia uma letra, mas de uma inteligência imparável, dizia-me assim:
Meu filho, Deus disse: bota mão que eu te ajudarei.
E não é que tinha mesmo razão? Pelo menos nunca notei que se tivesse enganado.