sexta-feira, 11 de junho de 2010

O Dia de Portugal

Este ano o dia de Portugal pareceu-me bastante esmorecido. A mensagem do Presidente da Republica - representante do país e dos portugueses - foi dura.
Mas em Portugal tudo é sim e não em simultâneo. Ou seja tudo é nim.
O governo salientou a referência feita à necessidade de "coesão nacional". A oposição realçou a "situação insustentável" da nossas finanças. Tudo ideias usadas no mesmo discurso. Tudo dito pela boca do mesmo homem. Tudo se referindo ao estado da nossa terrinha. Como viver numa democracia destas em que o que importa é a visão partidária e não o interesse nacional?
Alguém me explica para que é que serve esta partidarite aguda que apenas olha para dentro de si mesma e é incapaz de olhar para o país como um todo, sabendo-se como se sabe, que cada partido não é mais do que uma parcela menor desse todo?
Quem está no poleiro só pensa em manter-se nele, distribuindo prebendas e recompensas. Quem não está lá, só pensa em alcançá-lo, para distribuir o que antes havia sido de outros.
Será que os regimes democráticos terão que ser mesmo assim? E, se a resposta é afirmativa, será que a democracia é a melhor das soluções políticas? Começo a ter dúvidas...

HSC

5 comentários:

Anónimo disse...

Cada vez mais me convenço que é preciso reinventar a Política!
O “Menu” Político que temos, ou que nos é proposto, já foi. Vivemos uma espécie de “autismo político”, ninguém quer saber dos outros, ouvir os outros, sentar-se e tentar um compromisso, nada! Cada um com a sua razão.
Mas, como acredito que este País não vai soçobrar, fico à espera de melhores dias.
P.Rufino

Cravo de Carne disse...

Um bocadinho à margem do seu texto, mas aqui fica este comentário porque está relacionado:
Há muito que sinto isto - este ano foi mais sentido, como se me afrontasse: o dia de Portugal é uma hipocrisia!
Menos não sei quanto militares na parada, não sei quem foi de comboio, ... Disse insustentável mas não vem a propósito (um laivo de paternalismo súbito que não nos faz falta)... Condecorações a eito (pergunto-me o porquê de tantas... o porquê do manifesto desinteresse - até aborrecimento - de certa pessoa sentada a ver a entrega).
Um dia em torno daquilo que nos identifica como povo até me pareceria bem. O pior é que uns poucos se mobilizam em torno de coisas que não fazem já parte da nossa identidade.
Seja! Contra os canhões, marchar, marchar!
Abraço.

Maré alta disse...

Boa noite, HSC.
Respondendo à sua primeira questão e brincando um pouco.
" A partidarite aguda", não serve rigorosamente para nada. É como o apêndice! Não tem relevância do ponto vista do funcionamento do corpo humano. No entanto, por vezes, tem que ser retirado ao paciente e de emergência. Por causar sofrimento e poder conduzir à morte.
Saudações

Helena Sacadura Cabral disse...

Maré Alta
Nem mais!

nunopina disse...

Democracia é os representantes eleitos pelos Cidadãos defenderem e zelarem pelos seus direitos.Quando se chega a uma situação "insustentável",a culpa é única e exclusiva desses mesmos representantes.Eu diria mais,estamos acima de tudo numa situação intolerável em que quem tem olho é Rei.É ver quem gama mais enquanto está no Poder.