segunda-feira, 18 de maio de 2009

Vale a pena fingir?

Crise? Não parece...
Ontem assisti ao espectáculo dos Globo de Ouro, transmitido pela Sic, num litle remake dos Oscars em Hollywood. Todos os anos sou convidada e apenas uma vez apareci. Foi, justamente, na primeira gala que se fez. Explico porquê.
Tenho estima e apreço por Francisco Balsemão que tem inegáveis qualidades. E sei que, também para ele, os tempos não estarão a ser fáceis. Por isso admiti que neste doloroso 2009 nem sequer houvesse festividade. Mas houve.
E, ao ver as beldades - homens e mulheres - a desfilar pela passadeira, tive a noção que a crise já passara e tinhamos voltado aos tempos áureos do consumismo.
Todos sabemos que para além da entrega dos prémios aos melhores entre os melhores, o espectáculo vive das toillettes das convidadas. Umas muito bonitas. Outras nem tanto.
Compradas? Alugadas? Emprestadas? Não sei. Nem me interessa.
Apenas pergunto se vale a pena um tal show de indumentárias num país em que apenas um escasso numero as poderá chamar de suas. E, de caminho, tambem pergunto se vale a pena alugar ou pedir emprestado fatos para ostentar, qual Cinderela, sabendo que terão de ser devolvidos à procedência, já não digo a partir da meia noite, mas logo na manhã seguinte...?
Quem é que se pretende iludir com a figuração? E o que é que se pretende alcançar com tal representação?

H.S.C

4 comentários:

Anónimo disse...

Que comentário oportuno! Muito bem observado…e corajoso! Há, de facto, ocasiões e ocasiões.
P.Rufino

Helena Figueiredo disse...

Concordo consigo, mas também é verdade que não me lembro de nenhuma gala onde viessem tão ao de cimo alguns sentimentos, estados de alma, de alguns, que sendo actores, não me pareceram a representar no momento, o que mostra que por entre o brilho dos panos, transparece sempre a alma humana.
Adoro o actor Nuno Lopes, em especial na sua parte cómica, a única que conheço, mas a partir de ontem, comecei a admirá-lo também como pessoa.

Anónimo disse...

Sim, Nuno Lopes e António Feio, já agora.
P.Rufino

Helena Sacadura Cabral disse...

Têm toda a razão. O António Feio é uma pessoa de excepção e um excelente actor. Idem para Nuno Lopes que mantem vivo esse nobre sentimento que se chama gratidão e de que uma parte significativa dos portugueses anda tão esquecida...